Dia dos Professores

Mas quem é o professor?

Nos acostumamos a seres diferenciados e que apenas são identificados em sala de aula. Talvez como criaturas sobrenaturais e que estão além da nossa compreensão. Chegam, ensinam, aplicam testes e provas, dão notas, aprovam e reprovam e retornam às suas dimensões celestiais. Pois bem, não são assim.

Professores são seres como todos nós. Têm casa, família, dívidas, problemas como cada um de nós. Eles ensinam, mas também aprendem; são filhos, são irmãos, mas também são pais (sim, eles transam). Meu Deus, como assim?! Verdade. Eles riem, eles choram (muitas das vezes por nossa causa, alunos indisciplinados e irritantes). Dormem, sonham, acertam, erram, ganham e perdem. É isto. Se você achava que era diferente, não é.

O que diferencia os professores de nós é que lhes foi outorgado o dever de ensinar. E ensinar não é simples. Transmitir conhecimento é complicado e nem todos estão dispostos a fazê-lo. Requer mais do que dedicação. E também não é apenas dom, pois há muitos que nascem com dom, mas não se dispõem a usá-lo. Ensinar, ser professor, é abnegação. E é talvez por isso que não os enxergamos como criaturas comuns. Eles nos passam a sensação de que suas vidas só existem em sala de aula. Ensinam-nos a somar e subtrair, multiplicar e dividir; a ler e escrever, perceber nas entrelinhas das linhas que os textos possuem contextos. Nos mostram que o Sol faz muito mais que brilhar e produzir calor; que a Terra é mais que uma esfera enorme que gira em torno de si mesma e desse Sol; ensinam que fatos passados podem ser úteis para não cometermos erros no futuro, (mas pelo jeito não aprendemos muito com a história). Mostram que as leis da física nem sempre estão a nosso favor, mas que se as conhecermos bem, podemos sujeita-las a nós. Ensinam que, fora da sala de aula também há conhecimento. Correr pular, brincar, exercitar fazem parte do aprendizado: do corpo, da calma, da alma. E que me perdoem os poetas Românticos, mas o verdadeiro mal do século, está neste século, no qual as pessoas não mais reconhecem o valor desses profissionais. Os quais, além de não serem reconhecidos devidamente, não remunerados como deveriam, são desrespeitados e agredidos, e não apenas por alunos, mais por pais, governos e sociedade. Dura realidade que gostaria de omitir neste texto, mas que é preciso refletir para que entendamos o que é realmente ser professor.

Gostaria de parabenizar ainda todos os professores dos quais fui e sou aluno, porque o verdadeiro ensinamento perdura em nós além do tempo. Sei que alguns deles já partiram (Sr. Manoel, Grimhildes, Molisa...) e que a luz deles brilha além dos nossos olhos. Mas haverá sempre um fragmento dessa luz em cada aluno que por vocês passaram.

Um feliz dia do professor!

Alan Ferreira